Minimizar impactos ambientais, valorizar o relacionamento entre empresas e consumidores e viabilizar a sustentabilidade na economia são conceitos que ainda precisam ser disseminados na área da construção civil. A opinião é da arquiteta Sasquia Obata, uma das participantes do ciclo de palestras Construções Sustentáveis – Práticas e Ações, promovido pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e Agência Conversa Sustentável, em São Paulo.
Durante o evento, destinado a arquitetos e engenheiros, Sasquia lembrou que é fundamental, antes de começar um empreendimento, avaliar o quanto ele vai impactar o meio ambiente. “O impacto da construção civil é muito grande. Em São Paulo, por exemplo, 55% dos resíduos sólidos são provenientes de construções. Consumimos os recursos naturais e ainda prejudicamos o meio ambiente lançando gases poluentes, promovendo erosão do solo e produzindo resíduos que não são reutilizados.”
De acordo com Sasquia, professora da Faap, um dos problemas para implantação do mercado sustentável é a ausência de incentivos para sua produção, os produtos ainda são importados e acaba saindo caro para o bolso do consumidor. “Com o aquecimento do setor, diminui o interesse por pesquisas sustentáveis. Apesar de uma maior preocupação do consumidor com o meio ambiente, ainda há pouco investimento em produção mais durável e com desempenho mais elevado. Faltam normas de incentivo.”
O ciclo de palestras na Faap também discutiu a comunicação do empreendimento à sociedade. A mestre em Ciências Sociais e Relações Públicas e professora da Faap, Vivian Blaso afirma que a sistematização do processo de comunicação dentro de uma empresa e dela para com seu consumidor gera valor agregado para empreendedor, o comprador, o investidor e ainda neutraliza os impactos, garantindo o compromisso da empresa com a qualidade ambiental.
O mercado de construção tem uma taxa média de crescimento de 4% entre 2007 e 2030, de acordo com pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). Isso resulta em 1,6 milhões construções por ano. Os números atentam ainda mais para necessidade dos empreendimentos se voltarem a ações sustentáveis “Construir sempre vai gerar impacto ambiental, por isto é necessário equilíbrio e consenso”, diz Obata.